Amar e não amar




E ela finalmente aprendeu. Não como das outras vezes, onde se enchia de orgulho pra dizer pras amigas que era fria e não se importava com ninguém, dessa vez havia aprendido de verdade. Tinha aprendido a ficar sozinha consigo mesma, assim, do nada. Sem precisar ficar lembrando das mancadas dos ex pra sentir raiva e ai conseguir se sentir fria.

 Ela conseguia olhar pra trás e ver todas as mancadas deles e apenas pensar: tudo bem. Sem procurar explicações e sem ficar imaginando o quanto eles eram idiotas por tê-la perdido. E eles haviam perdido, dessa vez finalmente haviam, ela passaria por eles e os cumprimentaria como se cumprimenta alguém com que houvesse tido ao menos um momento bom, sem a raiva, sem nada. Como na música “talvez eu diga, minha amiga, pra ser sincero, prazer em vê-la, e até mais..” . 

Talvez ela finalmente tivesse entendido como era amar e não amar. Havia aprendido que não estar amando alguém não significava tem que necessariamente estar odiando algum ex e tendo certeza que nenhum homem presta.  Deixar que as coisas passassem, sem ficar remoendo, lamentando e culpando alguém por aquilo. E sabia que não ia amar de novo tão cedo, e não que isso signifique que ela vai se tornar amarga e sem emoções, isso significa que quando amar vai ser do jeito certo, não esse jeito desesperado que se ama hoje em dia, que se força amor. Mas do jeito que alguém iria chegar um dia e fazer com que ela sentisse tudo aquilo, tudo mesmo. Não como havia acontecido antes, quando ela sentia uma coisa ou outra e já achava que era suficiente. Aprendeu finalmente que o amor é completo, que as vezes ele vai ter sim falhas, mas que ele sempre começa completo, querendo durar pra sempre. 
O coração estava leve como nunca havia estado, e estava tudo bem assim.

Talvez meu amor tenha aprendido a ser menos amor só para nunca deixar de ser amor. 

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