Veio de manhã molhar os pés na primeira onda, abriu os braços devagar e se entregou ao vento. O sol veio avisar que de noite ele seria a lua, pra poder iluminar... Ana, o céu e o mar.
Ana aproveitava os carinhos do mundo, os quatro elementos de tudo deitada diante do mar. Que apaixonado entregava as conchas mais belas, tesouros de barcos e velas que o tempo não deixou voltar.
Onde já se viu o mar apaixonado por uma menina?
Quem já conseguiu dominar o amor?
Por que é que o mar não se apaixona por uma lagoa?
Porque a gente nunca sabe de quem vai gostar.
Ana e o mar... mar e Ana. Historias que nos contam na cama antes da gente dormir.
Ana e o mar... mar e ana. Todo sopro que apaga uma chama reacende o que for pra ficar.
Quando Ana entra n'água, o sorriso do mar-drugada se estende pro resto do mundo abençoando ondas cada vez mais altas, barcos com suas rotas e as conchas que vem avisar desse novo amor... Ana e o mar.
Ana e o mar - O Teatro mágico
"Pra ouvir e sentir."
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E ela finalmente aprendeu. Não como das outras vezes, onde se
enchia de orgulho pra dizer pras amigas que era fria e não se importava com
ninguém, dessa vez havia aprendido de verdade. Tinha aprendido a ficar sozinha
consigo mesma, assim, do nada. Sem precisar ficar lembrando das mancadas dos ex
pra sentir raiva e ai conseguir se sentir fria.
Ela conseguia olhar pra trás e ver todas
as mancadas deles e apenas pensar: tudo bem. Sem procurar explicações e sem
ficar imaginando o quanto eles eram idiotas por tê-la perdido. E eles haviam
perdido, dessa vez finalmente haviam, ela passaria por eles e os cumprimentaria
como se cumprimenta alguém com que houvesse tido ao menos um momento bom, sem a
raiva, sem nada. Como na música “talvez eu diga, minha amiga, pra ser sincero,
prazer em vê-la, e até mais..” .
Talvez ela finalmente tivesse entendido como era amar e não amar. Havia
aprendido que não estar amando alguém não significava tem que necessariamente
estar odiando algum ex e tendo certeza que nenhum homem presta. Deixar que as coisas passassem, sem ficar
remoendo, lamentando e culpando alguém por aquilo. E sabia que não ia amar de
novo tão cedo, e não que isso signifique que ela vai se tornar amarga e sem
emoções, isso significa que quando amar vai ser do jeito certo, não esse jeito
desesperado que se ama hoje em dia, que se força amor. Mas do jeito que alguém iria
chegar um dia e fazer com que ela sentisse tudo aquilo, tudo mesmo. Não como
havia acontecido antes, quando ela sentia uma coisa ou outra e já achava que
era suficiente. Aprendeu finalmente que o amor é completo, que as vezes ele vai
ter sim falhas, mas que ele sempre começa completo, querendo durar pra sempre.
O coração estava leve como nunca havia estado, e estava tudo bem assim.
“Talvez meu amor tenha aprendido a ser menos amor só para nunca deixar de ser
amor. “
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